Saúde coletiva é política

As eleições de 2022 serão um momento desafiador perante à conjuntura social e política para o Brasil. Passados esses últimos anos de uma política de restrição de investimentos, o Sistema Único de Saúde, as políticas setoriais de saúde e educação foram debilitadas ao máximo. Chegamos ao menor patamar de investimentos em saúde e o maior número de brasileiros e brasileiras em situação de fome (ONOCKO, 2022).

Paim e Almeida Filho (1998) apontam influências mútuas entre o desenvolvimento de um projeto de campo de conhecimento chamado Saúde Coletiva e os movimentos pela democratização no Brasil, especialmente o da reforma sanitária. Isso nos leva a ressaltar a importância em considerar o contexto histórico no qual apareceu a Saúde Coletiva, que foi o de um país vivendo sob um regime autoritário.

Nesse sentido, pode-se afirmar que a Aliança da Saúde Coletiva com a democracia e os direitos humanos e sociais deve-se ao fato histórico de que se gesta o campo em plena década de turbulências sociais e movimentos reivindicatórios, dentro da luta contra a ditadura brasileira e pela reforma social (Schraiber, 2008, p. 15).

Diante dessas reflexões que constituem a história e o campo da saúde coletiva, o PPGSC considera fundamental a afirmação de seu compromisso com o futuro do SUS, com a saúde e a educação do povo brasileiro.

Referências:

ONOCKO, R. Nessas eleições, fortalecer o SUS é fortalecer a alimentação adequada e saúdável. Disponível em: https://www.abrasco.org.br/site/noticias/institucional/nessas-eleicoes-fortalecer-o-sus-e-fortalecer-a-alimentacao-adequada-e-saudavel/68890/, 2022.

PAIM, J. S.; ALMEIDA FILHO, N. Saúde coletiva: uma “nova” saúde pública ou campo aberto a novos paradigmas? Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 32, n. 4, p. 299-316, 1998.

SCHRAIBER, L. B. Saúde coletiva: um campo vivo. In: PAIM, J. Reforma sanitária brasileira: contribuição para a compreensão e crítica. Salvador: Edufba; Rio de Janeiro: Fiocruz, 2008. p. 9-19.